E se tudo isso for uma ilusão? Se nada do que acontece em meus passos for real? Se tudo for parte de um jogo de ilusões e fantasias enfileiradas, prontas para estrearem na novela da minha própria cabeça? Se todos meus casos de amor, de derrota, de solidão, de sonhos e até de doces mensagens deixadas na pele, for um jogo de mente poderoso e que nunca sairá da parte mental? Pois se tudo realmente acontecesse, por que nada me toca e nada aproxima ao ponto cego de um beijo? Por que o hálito fresco não banha meu sono e sempre é algo frio e invisível? Por que as imagens que se formam aos meus olhos são de distância, quando tantas cores perto não possuem vida? Se os sons não existiram e todas as mensagens recebidas não possuem remetentes, qual seriam os resultados dramáticos de me retirar os medicamentos e deixar meus olhos e meu coração se acostumarem com a frieza desta realidade? Qual seria o sabor de entender uma simples respiração e ter que viver com essa vida monocromática? Quando tudo começou e quando tudo terminou? Por que, no doce fim vespertino, uma carta borrou meus passos com a súplica pergunta que abre o texto? Como terminar ou tentar pelo menos achar essa saída, onde tudo agora parece um nevoeiro denso e sem fim?
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