fevereiro 21, 2013

Dos tempos que selos eram presentes...

Houve um tempo em que mandar uma carta trazia alegria. Passei correndo várias vezes pelas linhas, contando fatos, descrevendo outros, criando fantasias grandiosas e tentando imaginar como isso refletia na outra pessoa. Era um exercício complexo, pois além da letra ser interessante, a dinâmica da carta era importante. A escolha certa de cenários, de assuntos, da dose de tristeza com a euforia bem controlada. O problema é que o tempo passou. As letras agora são iguais, escritas por todas as pessoas que conseguem conectá-las e criar um sentido inviável entre elas. Tudo parece mais do mesmo, parece que já foi dito antes e os filmes se repetem. As pessoas se esqueceram de dosar e apenas se preocupam em contar seus feitos, inchando a paciência alheia e temporal do leitor. Talvez eu também cometa do mesmo erro. Talvez minha redundância poética me faça sempre andar em círculos viciosos, com os mesmos cenários e sinônimos de romantismos que pulam de texto para texto. Talvez eu sempre me perca na maneira de terminar, de parar por um instante deste sentimento e guarde um pouco para o próximo fim... E fique sempre nessa angústia de nunca saber, de nunca entender e de nunca terminar. Por isso minhas reticências são maiores do que meus pontos de fim. Mas é que depois delas, sempre vem mais uma história, mais um enredo montado e mais uma novidade, que nunca me cansa, mas já cansou tantas vezes...

Nenhum comentário: