Sou um trapo em um chão pedregoso e sem vida. Sou um laço mal feito de um enfeite que apenas povoa o pó do armário. Sou sem brilho de vida, de inércia mórbida por novidades em um jornal esquecido. Sou o caminhante solitário, sou o passo a frente que deixa os ventos que me guiam apagar minhas origens. Sou o que prefere o silêncio a promessas de veraneio. Sou o ilustrador da abstração máxima de um catálogo pobre. Sou o que devo ser, mas tenho o rumo de onde devo ir. Do que devo falar e escrever. Do que contar aos ouvidos inóspitos da atenção, a história certa com o enredo que parece inédito. Sei o que devo amar, falsificar e intensificar para tirar seu proveito. Sou ladrão de sonhos impossíveis, pois sou criador de fantasias, sou o que baila no salão até o fechar das cortinas e que faz valer todos os suspiros que seu corpo já deu. Sou o ser que você pouco nota, mas jamais esquece. De nome e sobrenome, para sempre eu serei seu...
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