junho 21, 2011

S.A.R. – Cap. 2 – O devia mais complexo…

Verbos em vida, verbos intransitivos...

Poderia ter sido diferente. Sim, deveria entender o olhar, ouvir os passos e a risada abafada. Deveria ter sentido o perfume, por mais tempo, para me embalar e embriagar nesta tortura sem fim... Deveria ter seguido uma risada e aquela ironia solta. Deveria ter feito sorrir, a pessoa com quem sonhei há tantos meses atrás. No sonho contado, ela me chamava para ouvir seu coração. Na realidade, ela estava ao meu alcance e tão distante de sons que fiquei sozinho novamente. No sonho ela me acordou com seu brilho no olhar. Na realidade, me perdi com seu sorriso e fiquei perdido em descrições além. Teve mensagens, teve revelações e até confissões complexas. O que faltou, foi o que eu e ela queríamos. Faltou aquele laço final, uma última ironia, uma piada ácida solta na noite, uma pétala presa, uma virada de olhar, um aperto estranho e aquele olhar para baixo que vi na terra cinza... As cores mudaram, mas você continua completa. A temperatura era próxima, mas consegui enxergar um verão. Você não respondeu, mas eu deveria ter entendido seu lábio e seu sorriso solene. Eu devia e não consegui... O que adianta escrever linhas misteriosas, se só você conseguiu desvendar tudo isto de uma maneira tão calma e fácil? Sem tanto tempo, sem juras incompletas. Eu quero, você quer e nós queremos. Verbos que em vida, tornam-se intransitivos e imperfeitos. Bloqueando todas as nossas possibilidades...

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