Deserto seco e repugnante. Cheiros confortáveis buscando um
tato diferente em meu coração. Envenenado por horários inversos, que bailam em
preces de meia idade, uma marca perdida no salão principal que saiu de cena
cedo demais, perdendo o espetáculo como uma fumaça. Uma limpeza em meus pulmões
aconteceu no momento que deveria ser certo pela última vez. Um momento de
clareza é varrido da minha mente, como uma salva de palmas surdas e as vaias
tomam conta de minhas poesias, meus pesadelos se encarregam das minhas muitas
últimas chances. Eu tentei te ligar, mas os números voltaram para o pó inicial,
sendo sugado pelo aspirador de porcelana que vive pendurado na parede do
telefone. Tchau, adeus, até mais e espero nunca mais te ver foram as promessas
rabiscadas atrás de uma fotografia sem um rosto desenhado. Esperei que a
próxima canção me trouxesse lembranças que nunca aconteceram e me contasse uma
história que não fosse documentada. Faça-me girar por planetas buscando apenas
a faísca que me transformará em um mendigo de atenção. Vários papéis para um
mesmo rosto fazem o cansaço principal esbofetear a sanidade e a televisão está
ligada novamente no mesmo canal estático...
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