Alguns dias eu venho concreto...
Minta sobre um destino que não te escolheu, um caminho que te foi fechado para sempre. Minta sobre as opções que fez e as lindas feridas que proporcionou... Minta sobre como deixou o coração alheio e minta também sobre como consegue mentir. Produza todos os seus feitos com a beleza noturna que nunca lhe foi característica. Seduza o orvalho perfeito e encha-se do seu perfume. Dê risadas abafadas, toques singelos e olhares perdidos. Crie a sua fantasia e faça disso uma poesia desconexa, falsa e sem nenhum sentimento. Jogue palavras ao vento e se enquadre em algo único e peculiar. Dance uma lira desconhecida, cante a ópera criada e faça da sua vida um teatro de fantoches vespertino. Porém quando todos se enjoarem e você não conseguir mais fingir o que é, chore! Chore as lágrimas inexistentes, mostre um choro confuso e sem voz. Nunca um choro daqueles enjoativos, recheado de pedidos e compaixão com um sofrimento inculpável. Culpe, fira, destrua e prometa... Simples jogos insolúveis que você proporciona. Engraçado como a inspiração transforma o sofrimento em prosa livre, transforma um aperto em parábolas construtivas... Engraçado é ver que, após tudo isso, você morrerá sozinha no caminho que sempre quis estar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário