maio 19, 2011

Começa e termina com um risco de atividade...


Tinha um envelope na mão, cheio de ilusões e postado com um destino improvável. Improvável de vestimentas, de cheiros, de lugares ou de reviravoltas. Sim, ele estava tentando seguir para o próximo ponto. Queria ter as palavras certas, certeiras e certeza para completar a carta. O balanço, o barulho e toda a impessoalidade, reinavam na sua viagem. Pessoas infinitas puxavam a cordinha e paravam para descer e curtir aquele ponto escolhido, por obrigação ou puro ato ilícito. Tem algo mais impessoal que este trajeto? Algo mais surreal que não ter um remetente para enviar uma carta não escrita? Alguma música que não lembre a subida de escadas, que a avistou de toalha na mão com um sorriso perfeito? Alguma época sem enfermidades que sentisse o cheiro de chuva sem culpa? Sim... Ele estava em um trajeto desconhecido e não temia por isso. Ele esperava. Ele queria. Ele sabia da hora e que tinha chegado. Ele não buscava nada, queria apenas piscar de olhos diferentes, diferentes lugares, lugares ásperos. Ele sonhava, mas não dormia. E de final, ele pode ser eu, pode ser você, pode ser o que virou a esquina com a carteira nova e até mesmo ele não existe, mas vive em suas veias... Sim, você já desceu no meio do trajeto e foi vivenciar os extremos. Não?

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