É a última pétala de um imenso buquê. É a última noção de um complexo caminho. Eu arrumava o jardim sujo de tentativa vã e ela me olhou como se recorresse aos antigos tempos para tentar brotar algo inexplicável. Ela deu a mão por algo que talvez nem soubesse a razão, nem soubesse a procedência e se existiria alguma redenção. Houve um beijo interrompido por outrem. Houve toda aquela descoberta do atrito de corpos e fluídos encharcados de uma saudade e de uma importância divina. Vi deitar contemplando o infinito de amor, mas sabíamos que as pétalas voam e este era o último suspiro que poderia existir. Os momentos devem ser vividos como últimos, os beijos dados devem ser saboreados como únicos e todos os sorrisos soltos, guardado com a urgência necessária. Meu jardim repleto de daninhas arranhadas pede ajuda, pede minha urgência e minha soltura. Ela sabe de tudo, sabe até como me amar, mas todas essas gotas de chuva não me fazem percorrer o estreito necessário para viver completamente essa tentativa. Só me resta sorrir e guardar tudo dela apenas para mim, guardar para quando este silêncio voltar, eu lembre como é doce e perfeito as notas musicais de sua voz na minha vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário