Carreguei minhas poesias por estradas desertas. O sol escaldava suas explosões em meus olhos, o sol explodia em partículas uma acidez enorme em minha vida. Poetizei como ninguém um enxame qualquer de ruptura carregada. Destilei meus passos, filtre meus átomos. Não me lembro se foi de alucinógenos ou culpa da sede, mas as imagens começaram a dançar em minha frente. Um corpo morto caiu, uma panda dançou em ritmos aleatórios, um pedido de socorro foi ouvido por entre as árvores e delas saíram voadoras criaturas do amor. O ambiente era fantasmagórico, era daqueles indescritíveis e meus lábios escreveram cada detalhe com a rica cor de uma primavera. Algum ponto de clareza deveria existir, mas não foi captado. Eu carreguei as minhas poesias pelas poeiras mais baixas, pelas escapadas mais milenares. A redundância beijou minha nuca e correu em direção ao "Adeus pronto". Ela gritou por entre as pernas, ela girou por entre os corpos e salpicou com seu melhor tempero o meu final. Eu carreguei minhas poesias por este mundo inexistente, carreguei-as para ninguém ouvir e para não clamar que de louco viveu e de estranho morreu...
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