dezembro 02, 2011

Os sons ecoaram difusos no horizonte...

Foram verbos intransitivos, daqueles que planejam a fuga e não se dão por vencido. Foram luzes que escaparam pelo caminho, trilhando novos amores e tenros sonhos recheados. Foram palavras estraçalhadas, sem ação e adjetivadas com o máximo dos pronomes. Foram perfumes soltos de um buquê morto, com um cartão borrado e sem muito amor. As frases foram destruídas pelas orações compostas de angústia e muita vibração. Uma criança com um lápis de cera branco pintou de anis o corrimão do acesso. Pintou a vergonha de gaivota e se esqueceu de voar na imaginação. Foram duras palavras práticas, de início e ditas com razão. Uma previsão de futuro, uma anedota perdida, uma escuridão do amor, um refrão. A criança fechou o livro, fez o vento ventar e a cantiga ninar. Ela escolheu os sujeitos existentes, fez as rimas fantasmagóricas e dedilhou seu banjo cruel... Ela é uma criança apenas, diriam as más línguas, mas uma criança que entendia de redondilhas...

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