É escuro, frio, implacável e solitário. É pequeno, úmido, triste e distinto. É morte, o fim, a prova final e o longo adeus. Um suspiro eterno, lágrimas que duram meses, secam por insistência terrena, não pela vontade de coração. É voltar para terra, ser novamente um pó, em muito tempo, ser um nada. É a certeza no abrir os olhos, é o caminhar sem reconhecer uma luz. É não estender os braços, contemplar aquilo que é novo, mas impossível de descrever. É não conhecer uma alma, um vulto, uma gota. É o nada inicial. É o nada de si. É o novo que já conhecia, é o que todos falavam, mas sem muita certeza. São os primeiros passos de uma escuridão clara. São os primeiros passos para se conhecer um eterno convidativo. São os primeiros passos que melhoram com o tempo, mas ainda assim, são os primeiros passos. São os primeiros passos sem doçura ou convite, sem apego ou liberdade. Com o tempo isso tudo virá. Paz, alegria, sorrisos e luz. Muita luz. Mas os primeiros passos são nublados e tensos. São estranhos e complicados. É o fechar de olhos e abrir para o novo. É o dormir de um lado e acordar em um sem tempo. É o fim para uma pequena parte, mas o início para todas as outras.
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